terça-feira, 24 de junho de 2014

CAPACITAÇÃO - ESTUDO DE CASOS DA SEMANA NA CALVO ADVOCACIA & ASSOCIADOS (06/06/2014)

No dia 06/06/2014, os integrantes da CALVO ADVOCACIA, estagiários e advogados, patrocinaram mais um ESTUDO DE CASOS, visando o aprimoramento profissional de todos.

Iniciamos com a apresentação dos relatórios estatísticos da semana, por RAMON LIMA PONCE, onde pudemos entender as causas que mais afligem nossos clientes e traçar estratégias para melhor condução jurídica dos mesmos.






Na sequência, ALLAN MOREIRA BICUDO DE ALMEIDA complementou o relato estatístico, informando quantas decisões de primeiro grau e segundo grau os clientes da CALVO ADVOCACIA tiveram na semana.



Após, foi apresentado o caso da semana por LUCAS CINESI FERNANDES PINTO, oportunidade que fez a exposição das teses jurídicas da parte adversa e de nossa parte, além de discorrer sobre as decisões proferidas no caso. Após a explanação, os presentes debateram o caso e definiram estratégias para que possamos utilizar neste e em outros casos.





O encontro foi caloroso e muito enriquecedor a todos. As fotos são do evento. 

domingo, 1 de junho de 2014

CAPACITAÇÃO - ESTUDOS DE CASOS - INTEGRANTES DA CALVO ADVOCACIA & ASSOCIADOS

Periodicamente, a Calvo Advocacia & Associados, busca capacitar seus profissionais, em palestras internas e recentemente introduzidos os ESTUDOS DE CASOS semanais.

A cada semana, um integrante da equipe de estagiários ou Advogados, traz ao debate com os componentes do escritório, questões jurídicas relevantes apresentadas em casos dos quais fomos contratados para defesa dos interesses do cliente.

Guardado o sigilo profissional, os ESTUDOS DE CASOS servem para aprimoramento da equipe e ao mesmo tempo integrar os componentes do escritório, que tomam conhecimento das estratégias buscadas e teses jurídicas defendidas, na mesma medida em que em conjunto avaliamos a solução do conflito e eventuais medidas a serem tomadas.



No dia 23/05/2014, apresentou à equipe o caso em destaque, o estagiário senior, ALLAN MOREIRA BICUDO DE ALMEIDA, na área trabalhista, fazendo exposição aos integrantes da Calvo Advocacia e ao final lançando debates quanto as estratégias e argumentações jurídicas lançadas no caso, os argumentos da parte adversa, prova colhida e sentença do Juízo. Como a prestação jurisdicional foi entregue na semana da apresentação, em primeira instância, a equipe debateu as possíveis argumentações em sede de recurso, tanto em relação ao nosso cliente, quanto da parte adversa.

A vibração da equipe de Estagiários e Advogados foi ponto marcante, oportunidade em que foram prestados agradecimentos ao expositor e a todos que participaram deste ESTUDO DE CASO.


No dia 30/05/2014, apresentou o ESTUDO DE CASO a Dra. BARBARA ALVES GERHARDT, OAB-PR 62.983, que apresentou recente caso na área cível, caso este com desdobramentos em outros casos dos quais defendemos os interesses do mesmo cliente. Em vista da peculiaridade singular, foram expostos os pontos positivos e a evolução da decisão, em Juízos diferentes, quanto ao primeiro grau de jurisdição e a importância da observância das estratégias de defesa, sempre vinculadas à ética e à evolução jurisprudencial.

A exposição foi com apresentação de resumo, com amplo debate entre os participantes, dispostos em círculo, aproximando todos em um clima mais informal. Ao final, todos parabenizaram a Dra. Barbara pela excelente exposição e abordagem.

As fotos foram das duas exposições...



quinta-feira, 29 de maio de 2014

A COPA, OS DESMANDOS E AS MANIFESTAÇÕES

No ano de 2014, o Brasil sediará a COPA DO MUNDO DE FUTEBOL, organizado pela FIFA, e, há duas semanas do jogo inaugural, vislumbramos um amontoado de protestos e greves por todos os estados da federação.

Algumas categorias, dentre as quais algumas tidas como atividades essenciais ao país (transporte, segurança pública, saúde), procuraram a maior visibilidade mundial, decorrente da exposição midiática, e deflagram greves, sem que estejam presentes os requisitos legais, quanto ao cumprimento de prazos e manutenção de um mínimo de atendimento à população, para os casos das atividades essenciais.

Importante destacar que não se trata de criticar o direito a greve, muito pelo contrário, devemos apoiá-lo como forma de reivindicação e pressão dos trabalhadores em face de eventuais reivindicações justas e saudáveis, sob a fiscalização do Poder Judiciário, sendo saudáveis a um estado democrático de direito, fundado no respeito à negociação coletiva e ao ordenamento jurídico.

Entretanto, devemos entender que as greves e reivindicações devem seguir a legislação, que estabelece limites e balizamentos para o exercício do direito de greve, não podendo algumas categorias essenciais, com intuito de pressionar a classe patronal, simplesmente tentar parar o Brasil, fazendo com que o cidadão seja o mais prejudicado.

A legislação existe justamente para dar este regramento, e, havendo conflito de interesses, ser levado ao Poder Judiciário trabalhista, que irá decidir e pacificar. Suas decisões transitadas em julgados ou por meio de liminares devem ser cumpridas, sob pena de transformarmos em uma sociedade autoritária e caótica.

Por outro lado, tem-se notícia, igualmente, de protestos violentos, depreciativos do patrimônio público e privado, com o que o Estado, através de seu poder de polícia, busca reprimir e proteger, usando muitas vezes da violência, gerando assim, insegurança à sociedade que se vê refém dos protestos e da polícia.

Este não é o Brasil que conhecemos e queremos. O país é uma sociedade amigável, com um povo trabalhador, alegre e cumpridor das leis e não pode virar refém de uns poucos que, a despeito da defesa de direitos, violam inúmeras regras para justificar suas reivindicações ou protestos contra gastos excessivos com a organização da Copa do Mundo de Futebol Fifa 2014.

Temos que ter em mente que “OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS” e sendo assim, aqueles que buscam desestabilizar o Estado Democrático de Direito, a qualquer custo e sem medir consequências, devem ser processados e punidos nos termos da lei, com qualquer cidadão que a viola.

É certo que as notícias de corrupção e gastos bilionários com a organização da Copa do Mundo, tira o foco da questão e faz com que os pessimistas de plantão, simplesmente preguem o derrotismo e a anarquia, como forma disfarçada de protesto, tentando, sob estes argumentos trazer a simpatia da sociedade e, através de finalidade distorcida, justificar os desmandos e o caos. Não devemos e não podemos permitir.

Havendo desmandos quanto a má utilização do dinheiro público, seja na organização do torneio mundial de futebol, ou em qualquer outra situação ou tempo, devem ser apurados e punidos com o devido processo legal.

Lamentável e pífio o pensamento no sentido de torcer e aplaudir movimentos populares que pregam o fracasso da Copa do Mundo, para que o mundo todo se envergonhe do Brasil, independentemente do argumento ou justificativa que utilizam. Voltamos a afirmar, os fins não justificam os meios.

Que os custos com a Copa do Mundo foram elevados, todos reconhecem. Que houveram superfaturamento em muitos estádios e obras, muitos imaginam serem verdadeiros os boatos. Que o governo não se preparou estrategicamente para o evento, ausentando-se por anos dos investimentos em infraestrutura, todos estão cansados de saber e ver. Mas, todos estes fatos não justificam o pensamento pessimista e derrotista do evento mundial, mesmo porque independentemente da questão econômica, está em jogo a índole, capacidade e cordialidade do povo brasileiro, imagem esta que espalhará por todo o mundo e se projetará no futuro, em todos os setores.

Os desmandos da Copa do Mundo, devemos punir rigorosamente nos termos da lei, mas como foi o Brasil quem se candidatou ao evento, apresentou os projetos e se sujeitou às regras, PREVIAMENTE, não há volta, pois a Copa do Mundo está aí, e com ou sem desmandos, se realizará.

Assim, como sociedade organizada e democrática, com respeito ao ordenamento jurídico, devemos dar o nosso melhor, pois os turistas presentes e aqueles que estão assistindo o evento pelo mundo, devem ter o retrato do verdadeiro Brasil, que passa longe de ser apenas um país do carnaval, do futebol e da violência.

Devemos mostrar ao mundo como nosso povo é amigável e deve ser exemplo para a paz mundial, pois temos uma convivência saudável entre raças. Nossa alegria e cordialidade, nossos inúmeros pontos positivos devem ser ressaltados, como igualmente nossas belezas naturais. Somos o que todo o mundo gostaria de ser: um país tropical, com incrível potencial e abençoado por Deus.

Sediar eventos mundiais, devem ser uma lição a seguir por todos nós, mostrando ao mundo que podemos receber todos os turistas, que serão recebidos muito bem, irão se divertir, movimentar a economia e levar instantaneamente através das redes sociais, uma imagem linda e comovente de nosso povo, que tem problemas (como qualquer outro país), mas que é feliz no seu todo.

Abracemos a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Façamos o melhor. Mostremos ao mundo o quão somos importantes e nossos potenciais humanos e naturais e assim colheremos os frutos dos investimentos em turismo e negócios, trazendo riqueza ao povo não só no evento Copa do Mundo, mas projetado no futuro e por vários anos.

Quando aos desmandos, corruptos e corruptores, o devido processo legal e, uma vez condenados, a pena que merecem. 

Força Brasil. Sejamos positivos e respeitadores das leis, pois estamos juntos, sempre...

José Antônio Cordeiro Calvo
OAB-PR 11552
Blog: calvosblog.blogspot.com.br
Internet: calvo.adv.br
Twitter: @CalvoAdv

domingo, 18 de maio de 2014

O BRASIL, A CORRUPÇÃO E AS MUDANÇAS (Publicado no Jornal Fatos do Paraná em 05/2014)

Em dezembro do ano de 2009, o Jornal Fatos do Paraná publicou no encarte jurídico, artigo da lavra deste subscritor, intitulado “A CORRUPÇÃO NO BRASIL E A REFORMA POLÍTICA”.

Na releitura do citado artigo, refletimos sobre o Brasil, já que passados cinco anos e prestes a enfrentarmos nova eleição presidencial, quando surgiu o questionamento: O BRASIL ESTÁ MUDANDO? ESTÁ MELHORANDO E EVOLUINDO?

Pois bem, passo a reprisar as reflexões anteriores, para que você leitor, encontre as respostas, sem paixões ou sentimentalismos, mas com pureza na alma. Na oportunidade refletimos:

“O Brasil está escandalizado com cenas de corrupção invadindo as telas da televisão, em pleno horário nobre. Parece mais um capítulo da ‘novela das oito’, com enredo familiar e final presumido.

A população brasileira, na mesma medida que fica estarrecida, parece sedada com os seguidos escândalos na política brasileira, ficando com aquela sensação de que nada pode fazer e assim, embora se indignando, segue sua existência, passando a acreditar que política “é assim mesmo”, sinônimo de corrupção, escândalos e lugar de enriquecimento ilícito.

Isso é assustador, especialmente quando vivemos na perspectiva do país entrar no grupo das grandes potências mundiais, elevando nossa autoestima, mas trazendo a responsabilidade e imprescindibilidade da mudança de rumos, sob pena de levar o Estado Democrático de Direito à ruína.

Não se trata de falácia. O Brasil corre sério risco de ver sua Democracia perder sentido para a população e com isso abrir espaço ao autoritarismo, sem antes passarmos por um levante popular, pois silenciosamente, a indignação inicial passa a tomar proporções tão grandes, a ponto da população não mais querer respeitar as Instituições. Isso sim seria o caos.

Para tanto, não há outro caminho senão uma profunda REFORMA POLÍTICA, mas não no discurso e sim na prática. Precisam os legisladores entender que a indignação inicial está deixando de ser pacífica, na medida em que há demora no enfrentamento da corrupção e exemplar punição aos culpados. Não podemos entender a corrupção e a ausência de ética como regra, mas devemos combatê-las e tratá-las como exceção.” (em http://www.calvosblog.blogspot.com.br/2009/12/corrupcao-no-brasil-e-reforma-politica.html)

Como visto, embora escrito há 05 anos atrás, as reflexões e angústias de ontem, permanecem latentes e vivas hoje. Ao final do artigo citado, volto à reflexão:

Outro ponto importante a ser enfrentado na reforma política é o do financiamento de campanha, com projetos defendendo serem retirados dos cofres públicos, nas mais variadas formas, levando a sociedade a ficar assustada, pois se no financiamento privado já há distorções como “caixa dois”, imaginem quando tivermos o financiamento público de campanha. Para a população, as distorções serão ainda maiores, justamente pela ausência de controle e regramento claro.

Então, como coibir os abusos na mesma medida em que há necessidade de novas regras? 

Apenas para reflexão, há os que defendem o financiamento exclusivamente público de campanha, mas com regras rígidas, como a impossibilidade do dinheiro ser destinado diretamente ao candidato, mas sim ao partido político, estabelecendo licitação para empresas de comunicação e publicidade, fazendo com que todos os candidatos possuam o mesmo profissional e igualdade de condições quanto ao material publicitário, dentre outras medidas, culminando com a implementação do voto distrital, dando maior transparência e publicidade do currículo do candidato.

Portanto, é inegável que mudanças profundas e duradoras precisam ser feitas e de forma urgente, sob pena de colocarmos em risco o Estado Democrático de Direito, evitando casuísmos e falso moralismo, pois somente assim poderemos construir um país que atente para o bem comum, fim de toda a sociedade.(artigo citado anteriormente).

Como visto, ao nosso ver, sob o ponto de vista da corrupção, reforma política e financiamento de campanhas, o Brasil pouco evoluiu e muitos desafios temos pela frente, sem esmorecer.

A educação, aliada ao exercício e prática dos valores éticos, são pilares essenciais para mudanças estruturais, no sentido de vermos a corrupção legada à exceção, e não a regra, voltando os olhos ao bem comum.

O detentores do poder, devem buscar um país voltado aos cidadãos honestos, sérios, éticos e trabalhadores, com projetos e políticas públicas que beneficiem a sociedade a curto, médio e longo prazos. Chegaremos lá, apesar dos grandes desafios.


José Antônio Cordeiro Calvo

O MARCO CIVIL DA INTERNET E O RISCO DE INVIABILIZAR OS JUIZADOS ESPECIAIS (Publicado no Jornal Fatos do Paraná - em 04/2014)

No dia 25/03/2014, na Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria o MARCO CIVIL DA INTERNET, fruto de negociação entre parlamentares, o texto deverá passar ainda ao Senado Federal para somente após ser sancionado pela Presidência da República.

A Internet, muito mais do que um espaço democrático para jogos e relacionamento, constitui houve uma indispensável ferramenta para a educação, lazer e trabalho.
Entretanto, pela instantaneidade da informação e possibilidade de atingir um número inimaginável de pessoas, a Internet passou a ser utilizada para infração da lei, tanto no aspecto criminal, como no civil, gerando dificuldades ao ofendido na defesa de direitos, tamanha é a amplitude e complexidade da Internet.

O grande risco da nova Lei é ferir a liberdade de expressão, garantindo assim que todos tenham o direito de disseminar suas ideias, sem serem tolhidos, como hoje vemos em inúmeros sites de relacionamento ou sociais.

O maior problema encontrado para proteção da vítima provocada por alguém na Internet, é a demora na solução ou estancamento da violação o que leva a uma potencial e às vezes irreparável dano.

O projeto de lei 21626/2011 aprovado na Câmara Federal teve como núcleo central, regular algumas lacunas que a legislação brasileira inespecífica possuía em relação ao mundo virtual, dificultando a responsabilização daqueles que usam a Internet como ferramenta para prática de ilícitos, morais ou materiais. Mas tem imperfeições.

Um dos pontos relevantes, é a referência da possibilidade de responsabilização do PROVEDOR DE INFORMAÇÃO INDIRETA, que tratam como provedores de conexão sobre o conteúdo produzido por outros sites ou pessoas, quando determinado que retire do ar a violação, sem cumprimento da decisão judicial (art.20 do projeto).

Relevante porque anteriormente havia uma lacuna, gerando insegurança, pois muitas vezes o provedor por simples denúncia, fazia SUA CENSURA PRÉVIA e retirava do ar o texto, vídeo ou foto, ou, quando deveria tirar do ar conteúdos visivelmente violadores de direitos, simplesmente utilizavam a proteção da constituição quanto a liberdade de expressão para ficarem inertes.

O texto aprovado tira esta responsabilidade do provedor no primeiro momento, que não será responsabilizado pelas informações, imagens ou vídeos postados de terceiros, exceto se houver DECISÃO JUDICIAL. Significa dizer que somente o PODER JUDICIÁRIO tem competência para obrigar o provedor a retirar aquilo que está em desacordo com o ordenamento jurídico.

Além disto, a vítima de abusos, no projeto, não precisa aguardar o julgamento final para que o provedor retire do ar, pois os pedidos podem ser concedidos pelos Juizados Especiais, inclusive, hipótese prevista nos parágrafos do art. 19, obrigando ao imediato atendimento da determinação pelos provedores ou hospedeiros de sites na Internet.

Parece ser ótimo, mas pode levar ao colapso dos Juizados Especiais, justamente porque a população não tem custo algum com o processo e rusgas, intrigas ou qualquer reclamação simples, sem a gravidade que certamente deve ser coibida, podem abarrotar ainda mais os Juizados o que prejudicaria o andamento de processos que por este órgão tramitam. Temos que debater claramente esta possibilidade, não com olhares de abolir o acesso, mas sim de incentivar o acesso ao Judiciário com responsabilidade.

Outro ponto polêmico, mas que foi resolvido pela negociação, foi a possibilidade de armazenamento de dados em provedores ou data centers no exterior, e, em contrapartida a legislação aplicada nestes casos será sempre a brasileira.

Mas o ponto central do projeto foi a aprovação da NEUTRALIDADE DA REDE, fazendo com que provedores ou companhias telefônicas não tratem de forma diferente usuários que tenham conteúdos diferentes. Elimina-se a discriminação do tráfico de dados, seja por conteúdo, origem, destino ou serviço.

O sigilo das comunicações igualmente foi tratado como relevante, obrigando os provedores a guardar os dados dos armazenamentos por um ano, só podendo ser disponibilizados por ordem judicial. Igualmente, não pode o provedor fornecer a terceiros os registros de conexão, exceto por ordem judicial.

Em que pese os acertos e imprecisões, os brasileiros deram um passo importante para regular os abusos, preservando a privacidade e as comunicações, devendo o Senado Federal, quando da apreciação do projeto, avaliar muito bem a possibilidade de utilização indiscriminada dos Juizados Especiais, em vista da ausência de qualquer custo, seja com advogados, seja com custas, levando a demandas irresponsáveis e temerosas com prejuízo à própria sociedade que se serve dos Juizados para resolver os conflitos a ele vinculados.


O debate é sempre o melhor caminho. Vamos aguardar.

José Antônio Cordeiro Calvo

OS RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO PARA O TOMADOR DE SERVIÇOS NO BRASIL (Publicado no Jornal Fatos do Paraná em 03/2014)

                Muitas pessoas físicas e jurídicas no Brasil buscam na terceirização uma saída para redução de custos, certos de que estão isentos de responsabilidade, ao formalizarem um contrato em que o terceiro, expressamente se responsabiliza pelo cumprimento das obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias dos empregados por ele admitidos.
                Quando menos esperam, muitas vezes estão sendo chamados em processos judiciais, com custo elevado, e que, para sua surpresa, são condenados de forma solidária em alguns casos e subsidiariamente em outros.
                Nestas hipóteses, além de ter o custo da terceirização, o tomador de serviços acaba por ter que assumir patrimonialmente os custos do inadimplemento do terceiro, quanto as obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias.
                Descrentes, não conseguem entender a razão desta responsabilidade, quando não contratou, não deu ordens aos empregados do terceiro, não fiscalizou o seus serviços e ainda assim são responsabilizados perante a Justiça do Trabalho, direta ou indiretamente.
                Importante ressaltar que a terceirização no Brasil, é um contrato de alto risco para o tomador de serviços, que necessita antes de formalizá-lo, analisa-los e ponderá-los, ainda mais com a atual legislação existente.
                No Direito do Trabalho atual, a proteção legal predominante é do empregado, amparado pelo princípio da proteção, dentre outros, justamente porque o trabalhador ainda hoje é considerado pela lei como o menos favorecido na relação, apesar de muitos abusos que hoje verificamos em inúmeros processos judiciais.
                Para tanto, firmou posicionamento dominante o Tribunal Superior do Trabalho, através da Súmula 331, onde estabeleceu limites para ser considerada legal a terceirização. Entretanto, ser reconhecida como legal uma terceirização, NÃO SIGNIFICA ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE.
                A legalidade da terceirização apenas afasta a possiblidade da responsabilidade em igualdade de condições com o terceiro, que contratou o empregado, mas não afasta a possibilidade do tomador de serviços ser condenado de forma subsidiária, ou seja, após a busca da responsabilidade patrimonial do terceiro e diante de seu descumprimento, com ausência de patrimônio suficiente para arcar com os direitos trabalhistas, fiscais e previdenciários reconhecidos na ação.
                Portanto, mesmo sendo legal a terceirização, caso o terceiro não cumpra suas obrigações, o risco do tomador de serviços ser responsabilizado é real e efetivo.
                Por outro lado, sendo a terceirização considerada irregular ou ilegal e contrária ao ordenamento jurídico pátrio, a responsabilidade do tomador de serviços é evidente e em igualdade de condições com o terceiro, podendo, inclusive, ser acionado judicialmente de forma isolada.
                Mas quando a terceirização é legal? A resposta podemos extrair da própria  súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho onde estabelece que “não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102/83) e de conservação e limpeza, bem como os serviços especializados LIGADOS À ATIVIDADE-MEIO DO TOMADOR, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.” (destaque nosso)
                Assim, nos serviços de vigilância e limpeza, como igualmente nos serviços em que não há terceirização da atividade-fim, considerada aquela atividade predominante constante do contrato social do tomador de serviços, desde que ausentes a pessoalidade e subordinação em relação a este, mas presente em relação ao terceiro, o vínculo formar-se-á somente entre o trabalhador e o terceiro.
                Contudo, mesmo nestas hipóteses, na hipótese de descumprimento das obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias por parte do terceiro, o tomador pode ser responsabilizado de forma subsidiária, pois a legislação não admite que o empregado saia prejudicado, cabendo, nesta hipótese ao tomador, buscar posteriormente ressarcir-se perante o terceiro em ação própria de regresso.
                Como visto, o instituto da terceirização deve ser muito bem avaliado antes de sua contratação, e mesmo assim, somente após análise das condições patrimoniais do terceiro,  para cumprimento das obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias em relação a seus empregados, descartando-se, por óbvio a terceirização da atividade-fim e aquela feita através de empresa interposta.

                As cautelas são indispensáveis, mas insuficientes para eliminar qualquer risco.

A OPORTUNIDADE DE MELHORAR O BRASIL (Publicado no Jornal Fatos do Paraná em 02/2014)

              O ano novo vem carregado de esperança em um mundo melhor, onde as pessoas possam entender que vivemos em um país sem igual, com riquezas e potencialidades que nenhum outro possui, tanto quando analisamos o aspecto das riquezas naturais, como no clima, aliado a um povo alegre e trabalhador.
                Toda esta esperança é fruto não de utopia, mas sim de uma crença em nosso país e nas potencialidades de seu povo, que enfrenta ano a ano as dificuldades e merece uma sorte melhor, em que pese os inúmeros desafios.
                Sabemos que problemas não faltam ao país, na mesma medida em que acreditamos em sua superação, característica do brasileiro, que é otimista e alegre por natureza.
                Entretanto, não basta esperança ou crença em um mundo melhor. Devemos concretizar nossos objetivos, como quem estabelece metas e busca cumpri-las ao longo do ano, para ao final reconhecer o sucesso decorrente da superação.
                Mas muitos se sentem impotentes diante dos problemas enfrentados  e assim acabam por desanimar na fixação ou mesmo cumprimento das metas, como quem visse o país de longe, como quem não tem força para contribuir para superação dos obstáculos, sentimento este compreensível diante das notícias diárias vindas dos meios de comunicação, especialmente quando falamos de corrupção, criminalidade, desemprego, caos na saúde, ausência de políticas públicas eficientes e um incessante desperdício de recursos públicos.
                Em vista da sensação de impotência, muitos acabam por desanimar e virar as costas aos problemas brasileiros, mantendo apenas a crítica, o discurso, deixando a prática de lado.
                Assim, muitos acabam por pensar que não poderão enfrentar os desafios, não percebendo que sua conduta e desânimo, como um câncer, acaba provocando um desânimo em todos os que o cercam, contaminando a todos com o refrão: o Brasil não tem jeito.
                Devemos não somente ter esperança, mas contribuir para a mudança e cada um de nós pode fazer a sua parte, culminando em o país melhor.
                O primeiro passo é acreditar. Como na teoria da atração, se pensarmos negativamente, atrairemos coisas negativas para nossa vida. Assim, acreditamos fielmente de que podemos mudar e vamos mudar o que está errado em nosso país.
                Não se trata de mera retórica, mas a certeza de que podemos praticar o bem, buscar soluções e fundamentalmente olhar para o próximo e não para si mesmo. Pensar no coletivo e não no individualismo.
                O segundo passo é perceber que grande parte dos problemas brasileiros decorrem de GESTÃO. Significa dizer que o gerenciamento da coisa pública é a chave para a solução da maioria dos problemas e de consequência um país melhor para os brasileiros.
                Como em uma empresa privada ou no nosso lar, a gestão da coisa pública, deve ser profissional e bem intencionada, pois gerir orçamentos, definir prioridades na solução dos problemas e fundamentalmente trabalhar muito é o segredo para o sucesso.
                Nosso Brasil é rico em pessoas e recursos financeiros e naturais. Devemos canalizar esta riqueza positivamente em benefício da população, sem medir esforços. Mas para isto, temos que entender os problemas e entender as necessidades de nosso povo.
                Embora trabalhoso, é possível atingirmos metas traçadas, com ética e boa intenção advinda nossos governantes, que devem representar efetivamente os interesses de seus cidadãos. E como uma corrente de energia positiva, convenceremos os incrédulos que é possível melhorar o país, como igualmente é viável e o que é mais importante, vale a pena lutar.
                A questão é você que está lendo este singelo artigo quer melhorar e sair de sua zona de conforto? Quer acreditar que podemos juntos buscar nosso futuro promissor? Ou continuaremos apenas criticando.
                Escolher bem nossos representantes é a primeira meta, pois eles é que definirão as metas e prioridades no trato da coisa pública, estabelecendo as políticas e investimentos que efetivamente melhorarão nossa condição de vida.
                Portanto, o primeiro passo para um Brasil melhor, muito mais do que assistir a copa do mundo, é concentrar nos candidatos que efetivamente tenham qualificação e competência para gestão dos recursos públicos, definindo as prioridades de acordo com os interesses efetivos da população.

                Vamos então começar o ano otimistas. O Brasil tem jeito, depende de nós !!!