No
pleito eleitoral de 2014, como em qualquer eleição, é momento de reflexão e
intimamente buscar um balanço dos pontos que merecem atenção e cuidado por
parte dos políticos que almejam o mandato.
Nesta
reflexão, não raro deparamo-nos com inúmeras contradições, diante do bombardeio
de propostas, promessas e afirmações sempre positivas do quanto a vida irá
melhorar, acaso elejamos este ou aquele candidato.
Pois
bem, os brasileiros são os primeiros a reclamar da excessiva carga tributária,
ausência ou falha nos serviços públicos de saúde, segurança, investimentos em
infraestrutura e principalmente a enorme quantidade de corrupção que assola o
país e é escancarada nos noticiários, dentre muitos pleitos.
As contradições
de uma grande parcela do povo brasileiro é evidente na medida em que reclama
contra a corrução, enquanto as pesquisas demonstram a ascensão de candidatos
com registros impugnados pela lei da “ficha suja”, inclusive casos em que
mediante óbice do Tribunal Superior Eleitoral, renuncia sua candidatura – que
foi indeferida – colocando sua esposa para concorrer ao pleito, com amplo apoio
popular.
Escândalos
como vemos na Petrobrás, em que bilhões são usurpados dos brasileiros, para
financiar políticos com altos cargos na administração das empresas e vinculados
ao poder, de fato sequer abalam a sociedade, parecendo anestesiada e
acreditando no discurso, apesar das evidências com depoimentos dos envolvidos.
Não
bastasse isto, escancara-se a política de aumento indireto da carga tributária,
que onera o bolso do cidadão, mas este, age como quem prefere acreditar na
pirotecnia midiática no sentido de focar na desoneração de alguns setores, mas
que no conjunto é compensada com aumento em outros, sempre mascarado.
Criticam-se
políticos e a política como um todo, mas ao invés de buscar a moralidade, é
comum encontrarmos pessoas que vendem literalmente seu apoio por gasolina,
exposição de placas com propaganda de candidatos em suas casas ou mesmo
obtenção de dinheiro para comparecer em protestos ou comícios programados,
apenas para dar a impressão do elevado apoio, que nada mais é do que apoio
influenciado pelo poder econômico.
Além
disto, políticos de carreira, com propostas sempre renovadas e nunca cumpridas
na integralidade, são constantemente aceitos na sociedade em seus chamados
“currais eleitorais” e a cada eleição, renovam seus discursos, na certeza de
que a sociedade continuará acreditando em suas benesses ou propostas não
cumpridas.
Ao
consultarmos vídeos de campanhas eleitorais anteriores, vemos políticos que
antes votaram contra o Plano Real no Congresso Nacional, hoje festejam sua
importância, como se nada tivesse acontecido. Da mesma forma, discursos
anteriores em que demonizavam as privatizações, como se fossem bichos de sete
cabeça e hoje, contrariamente ao que pregavam, agem como se nada tivesse
acontecido.
Todas
as contradições existentes, podem ser consultadas e acessadas por qualquer
brasileiro, basta ter um pouco de interesse para buscar o histórico político de
seu candidato e ver o quanto suas afirmações podem ser dignas de respeito e
credibilidade.
O
brasileiro adora achar um ou outro culpado pelos problemas não resolvidos ou
mesmo pela corrupção que retira da população a oportunidade de ter mais
recursos para investimentos em políticas públicas, sem enxergar que os maiores
culpados somos nós, povo brasileiro, na medida em que não damos o valor que deveríamos
ao voto e à importância da consciência na escolha.
Enquanto
olharmos apenas para nosso umbigo, sem querer expandir os horizontes,
praticando a ética e honestidade e olhando para o bem comum, ao invés da
crítica vazia, nosso Brasil não irá melhorar.
Precisamos
entender que a política é fundamental e o político indispensável à sociedade,
pois é ele quem toma as decisões em nosso nome, mediante um mandato por nós
outorgado e para isto, necessitamos realmente refletir em quem elegemos,
olhando seu passado e presente, como igualmente como irá efetivamente lutar
pela melhoria de nossas vidas, de forma concreta e clara.
Do
contrário, não adianta reclamar, pois você é o culpado de todos estes
desmandos.
JOSÉ ANTONIO CORDEIRO CALVO
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